sábado, 9 de junho de 2012

Raiz vivaz

Formosa donzela,
Que queres de mim?
Não vês que me escapa
Teu vasto jardim?

Teus nomes são muitos
Teus vales, mistérios
Teus bens mais ilustres
Rastejam discretos.

Crescente império,
De águas ambíguas
Por que não te vertes
Nas sedentas línguas?

Qual musa serena
Tu cantas ao leito;
E uivos, por vezes,
Ecoam no peito.

Mas, ai! Quem me dera
Às mãos enlaçar-te
Impura, singela
Ó, Língua Materna!



Eu até queria não ter aprendido outras línguas: só para que a minha abordagem do português fosse virgem e límpida. (Clarice Lispector)

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