domingo, 30 de maio de 2010

Vida que arde!

Quando ela se foi, parecia que eu tinha perdido uma parte de mim. Aquela casa jamais seria a mesma. Eu não queria comer, eu não queria dormir, eu não queria viver. Até meus amigos, outrora preocupados comigo, deixaram de me procurar, cansados de esperar a porta ser aberta em suas frequentes e inúteis visitas. E essa tristeza toda me corroía por dentro, me matava aos poucos. A vida continuava lá fora, mas eu me trancara no meu mundo, naquele quarto escuro em que minha presença não tirava o seu aspecto morto e vazio.
Certa manhã, num movimento quase que inconsciente, abri a janela. Senti os raios solares tocando suavemente meu rosto, como se quisessem me despertar para a vida. E então pensei que aquele mesmo sol que me aquecia, ao mesmo tempo iluminava vales, montanhas, rios, e outros tantos lugares. Era incrível imaginar que ele se levantava todos os dias, há bilhões de anos, para dar brilho ao planeta, para dar vida a cada ser que aqui habitava. Olhei para o céu, para a rua, para as pessoas, para a cidade, e senti – pela primeira vez em tanto tempo – uma estranha vontade de sorrir. Naquele momento, esqueci minha saudade, esqueci minha dor, e me lembrei que estava vivo.

(adaptação de uma cena de Sinhá Moça)

terça-feira, 4 de maio de 2010

Eu não procuro um sentido para a vida,
eu procuro uma vida que me faça sentido.
Aquela lá fora é complexa demais para a simplicidade a que aspiro.